Ocupação
dos Tempos Livres com Arte
Atualmente, são vários os
programas de ocupação de tempos livres, organizados pelos municípios, juntas de
freguesias e associações culturais e desportivas, que as crianças e os jovens
têm à sua inteira disposição. Haja realmente interesse, disponibilidade
temporal e financeira.
Na verdade, os participantes
em projetos de ocupação de tempos livres são também uma mais-valia para toda a comunidade.
Pois as crianças e jovens envolvidos nestas atividades criativas, concebem
fortes laços de amizade, desenvolvem capacidades e competências pessoais e
sociais, adquirindo desta forma novos conhecimentos que os vai ajudar a criar
bases mais consistentes para a vida.
Perante a lei, um “Programa de Ocupação de
Tempos Livres, visa proporcionar aos jovens experiências em contexto de
aprendizagem não-formal ou em contexto ativo de trabalho, permitindo
desenvolver capacidades e competências e contribuindo para uma ocupação dos
tempos livres de forma saudável.”
Um pouco por toda a ilha da Madeira, há programas
riquíssimos em áreas tão diversas como: ambiente, apoio a idosos e à infância;
cultura; arte; associativismo; desporto; direitos dos animais; cidadania; entre
outros de reconhecido interesse.
Os pais, à partida, procuram
inserir os seus filhos em ateliers ou campos de férias porque sabem que estes
espaços são para os seus educandos, momentos enriquecedores, exclusivos, fantásticos e memoráveis! É também nestes espaços que
as crianças e os adolescentes “crescem”, ganham maturidade e até de uma forma
positiva, digamos que, por uns bons tempos, “cortam o cortam umbilical” com os
seus progenitores.
Durante as férias escolares há que ocupar as
crianças e jovens, longe dos telemóveis, dos computadores e da televisão,
procurando sempre locais seguros, com iniciativas ao ar livre de preferência,
em contacto com a natureza, envolvidos com algo que os espevite a criatividade.
Sempre que possível, há que
quebrar a rotina no período das férias de verão e proporcionar aos mais novos um
conjunto de diferentes experiências artísticas e desportivas, onde eles possam,
de uma forma descontraída, jogar, brincar e experimentar.
É com estas boas práticas
lúdico-pedagógicas que vão desenvolver competências como a curiosidade
artística, gosto pela prática desportiva, a autodisciplina, a autoestima, a responsabilidade,
a cidadania, a organização e cooperação em equipa.
Também, fruto do
envelhecimento do nosso país, já começámos a ver no mercado, projetos de
ocupação de tempos livres para seniores, muito à semelhança dos programas para
crianças e jovens. Obviamente que, para estas classes etárias, os programas
devem ser bem pensados e adequados com atividades artísticas e físicas que lhes
proporcionem uma melhor qualidade de vida.
Se, por acaso, têm crianças ou jovens à vossa
responsabilidade, faça-os sair um pouco do ambiente caseiro – onde passam,
muitas das vezes, horas e horas prostrados no sofá. Ou então, peçam que deixem
de lado, por um tempinho, os telemóveis e que optem pela companhia de um bom
livro, em papel e que toquem-no, cheirem-no e leio-o. O ler
bem e com consciência é um ótimo caminho para a descoberta de novos
saberes e acesso a outras competências. Pois nas sábias palavras do nosso
grande ensaísta, pensador e escritor, Eduardo Lourenço - com 93 anos e em plena
atividade -, “os livros têm todos uma cor, uma música, um sabor até.”
Por vezes há uma tendência de se ter sempre
por perto os nossos filhos, o que é normal, mas é
fundamental inseri-los em projetos coletivos,
mesmo de curta duração, que lhes
proporcionem experiências de contato com outras realidades quotidianas. É desta
forma responsável que vão abrir novos horizontes e aprenderem a ter até uma boa gestão do seu tempo livre.
A participação nas atividades devem ser
pensadas com as crianças e os jovens. Pois eles, também, devem ter uma opinião
sobre como querem ocupar os seus tempos livres. E devemos ouvi-los e apoia-los
a partir dos seus interesses, dentro das nossas possibilidades. O importante é
que estejam ocupados com algo útil para o sucesso - já que o sucesso
trabalha-se. Pois “…a voz das crianças deve ser
ouvida e tida em conta em todos os assuntos que se relacionem com os seus
direitos.” Fonte : http://www.unicef.pt/artigo.php?mid=18101111.
As crianças e jovens envolvidos em práticas
de lazer para além das aprendizagens realizadas na escola, desperta-os para interesses pelo conhecimento e pela cultura. E
assim, estamos a contribuir para o pleno e
harmonioso desenvolvimento da sua personalidade.
Pois qualquer criança “… deve ter plena oportunidade para brincar e para se dedicar a atividades
recreativas, que devem ser orientados para os mesmos objetivos da educação; a
sociedade e as autoridades públicas deverão esforçar-se por promover o gozo
destes direitos.” Fonte: Declaração
dos Direitos da Criança, Princípio 7.º.
Sabemos que é inevitável e
até necessária a envolvência das novas tecnologias na vida dos nossos filhos. E
a ideia não é excluir os jogos eletrónicos ou restringir o acesso das crianças e
dos jovens à internet, mas sim ter consciência e cultura lúdica e criativa na
ocupação dos tempos livres. Pois uma adequada ocupação dos tempos livres é uma
verdadeira arte da sabedoria, até diria prioritária para o desenvolvimento integral
e harmónico das crianças e dos jovens.
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